domingo, 28 de março de 2010

Barulho em prol da cultura

Encabeçado pela Monstro Discos e pela Fósforo Cultural, o Rock pelo Niemeyer demonstra a força de mobilização do segmento roqueiro


Depois de uma semana de muita repercussão e debate acerca do assunto, especialmente nos meios eletrônicos e no boca a boca, o Rock pelo Niemeyer finalmente colocou seu bloco na rua  e consumou o objetivo de mobilização popular em prol dos espaços culturais do Estado. Nem a tarde quente e abafada de ontem conseguiu abater cerca de quinhentas pessoas concentradas na Praça Cívica, que por volta das 17 horas iniciaram sua marcha rumo ao Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) ao som de dez bandas locais de peso em prol da reabilitação imediata do espaço.

Johnny Suxxx and the Fucking Boys, Bang Bang Babies, Hellbenders, Violins, Mugo, Black Drawing Chalks, Mechanics, Gloom e MQN se revesaram em cima do imponente trio elétrico que, coincidentemente ou não, conservava o formato de uma guitarra, talvez em referência à variada massa roqueira presente ali.

Ponto mais polêmico da manifestação, contestado firmemente em comunidades do Orkut e blogs especializados, a participação de frentes políticas com finalidade eleitoreira foi veementemente  desencorajada pela cúpula do movimento durante todas as fases do debate. “O interessante está em estabelecer diálogo com as frentes de poder, e não fortaceler este ou aquele conchavo político. Queremos acreditar que existem sim participações políticas genuínas, e a pluralidade de partidos simpática à nossa causa sinaliza para isso. Esses grupos políticos estão aqui cientes do suprapartidarismo do Rock pelo Niemeyer”, afirmou João Lucas, produtor da Fósforo Cultural.

“Recebemos apoio de todos os lados, independente de partido ou coligação. E a participação das autoridades num movimento como este é amplamente favorável, pois coloca realmente a ideia em ação. A passeata foi apenas o ato simbólico, mas o verdadeiro objetivo já havia sido alcançado antes mesmo de chegarmos aqui hoje, que é a mobilização e a tomada de atitudes referentes ao assunto”, afirmou Leo Razuk, da Monstro Discos.

Para o produtor da Fósforo Cultural, Pablo Kossa, um dos organizadores da passeata/carreata, os resultados da mobilização já começaram a ser sentidos muito antes do trio elétrico ganhar as ruas da Capital. “O fato de termos conseguido uma definição por parte do governo sobre a continuidade das obras do CCON é a prova viva de que a mobilização deu certo e já começou a mostrar seus efeitos. O movimento roqueiro finalmente saiu da adolescência para adquirir um patamar de notoriedade e responsabilidade política compatível com o que acreditamos” afirmou.

Para o vocalista da banda Black Drawing Chalks, Victor Rocha, o papel da imprensa foi crucial para o sucesso e força do movimento. “A repercussão dada pela imprensa ao assunto foi essencial para que as coisas começassem a acontecer. O movimento não se resume a essa tarde de rock, mas sim a toda a discussão que se estabeleceu durante as últimas semanas nas diversas esferas sociais e de poder”, comentou.

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