sábado, 11 de setembro de 2010

Mistura musical para ouvir e sentir


Desde o início da carreira, há cerca de 15 anos, o Jaga Jazzist tornou-se um fenômeno musical na Noruega, baseando sua cozinha sonora em um nu-jazz bem experimental com pitadas de post rock e música eletrônica. Seu estilo poderia ser definido como uma mistura de ícones do avant-garde jazz, como Charles Mingus, John Coltrane e The Soft Machine, com a sonoridade das bandas experimentais contemporâneas, como Stereolab, The Cinematic Orchestra e Tortoise.

Formado pelos irmãos Horntveth, o grupo começou mais influenciado pela música eletrônica, e contava inicialmente com apenas três integrantes. Do som quase todo digital, evoluíram ao longo dos anos ao incorporarem também elementos do post rock e do jazz, adicionando ao som eletrônico instrumentos como tuba, saxofone, piano, trompete, guitarra e baixo. Dessa forma, a banda cresceu e atualmente é composta por nove músicos, quase todos envolvidos em outros projetos e empreitadas solo. Bastante particular, a sonoridade do grupo propõe uma mistura dicotômica entre o jazz analógico e o eletrônico, entre a música erudita e o post rock.

Embora longe do ineditismo de alguns álbuns anteriores, One-Armed Bandit, lançado este ano, inspira uma viagem profunda, daquelas de fechar os olhos e deixar a música tomar as rédeas. Talvez resultado da batida hipnótica, talvez apenas um efeito da candura da sonoridade instrumental, que por vezes remete ao embalo das trilhas sonoras. Destaque para a música Toccata, na qual piano e sintetizador criam essa viagem intensa, de tensão e redenção. Música para ouvir, mas mais que isso, para sentir.

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